quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CONFISSÃO DE AMOR



CONFISSÃO DE AMOR

Eu disse à lua
que te amava
e ela escondeu-se
entre as nuvens,
tomada de infinita tristeza.

Eu disse ao mar
que te amava.
e ´para meu espanto
contorceu-se
em dores intimas,
vomitando sargaços
nas desertas praias.

Eu disse à noite que te amava
e a noite que era clara
vestiu seu manto de trevas
para a alegria dos fantasmas,
recordando contritos
do amor na outra vida.

Eu disse ao sol que te amava,
nesse tempo, pobres lavradores,
perderam-se os trigais,
tanto irou-se o sol
com minhas palavras.

Eu disse à fonte
que te amava,
era manhã clara como a vida,
e a fonte limitou-se
a cantar baixinho
a canção mais linda,
para dizer-me
que também te amava.

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